Monte Roraima é a montanha mais antiga do mundo e também a que tem o maior cume plano do planeta. Sua formação vem da era Pré Cambriana há cerca de 2 bilhões de anos atrás. Isso significa que o Monte Roraima já existia quando os únicos seres vivos da Terra eram apenas bactérias. Dada a sua importância geológica, vamos para a aventura.
O ponto de partida é a cidade de Boa Vista/RR. Após ler dezenas de matérias sobre as expedições ao Monte Roraima, cheguei na cidade com 1 mês de antecedência para me organizar, pois não tinha fechado com nenhuma empresa. Acabei escolhendo a Destiny, do guia Leopoldo, por ter um preço super acessível e compatibilidade de data.
Peguei um ônibus até a cidade de Pacaraima que faz fronteira com a Venezuela e sofre com a imigração excessiva de venezuelanos. Ao chegar na rodoviária, o motorista do transfer estava nos esperando para ir à cidade de Santa Helena de Uairen.
Paraitepuy – Acampamento Tek
No dia seguinte, levamos 2 horas em um carro 4×4 até comunidade indígena de Paraítepuy, local de início da caminhada ao Monte Roraima. Após um breve lanche de almoço, começamos nosso primeiro dia de trilha. Foram 4 horas até o acampamento Ték, de caminhada tranquila e com um lindo visual.
A região é formada por 7 tepuys (montanhas) e caminhamos todo o tempo olhando para o Kukenan e o Monte Roraima. Após o banho de rio (gelado) e de uma boa refeição, dormimos com a bela paisagem.
Acampamento Base
No segundo dia de trilha, caminhamos sob sol forte aprox 12 km até a base do Monte Roraima, perguntando ao guia como subiríamos aquela parede tão íngreme. Por todo caminho existem diversos pontos de água, sendo suficiente carregar 1 garrafa de 1 litro.
Os guias e carregadores cuidaram de toda logística, como alimentação, barraca, banheiro e transporte dos materiais coletivos. Caso você precise de carregador particular para levar sua mochila, é possível contrata-los. Eles carregam no máximo 15 kg e cobram por volta de 80 reais.
Subida do Monte Roraima
Terceiro dia! Hora de colocar as pernas para trabalharem. Poucos km porém super inclinados. Passamos por alguns mirantes e conseguimos, pela primeira vez, encostar na parede vertical do Monte Roraima. A parte final da subida é o Vale das Lágrimas, uma parte inclinada, bastante exposta da trilha e que fica molhada devido ao gotejamento de água vinda do topo.
Desafio vencido e finalmente chegamos ao topo. As formações rochosas de diversos tamanhos e formatos criam um labirinto fácil de se perder. Por isso que é obrigatório a contratação de guia.
Lá em cima, diversas cavernas formam nossos abrigos chamados de “hotéis” pelos guias locais. Logo após a chegada tomamos banho nas jacuzzis, pequenas piscinas de água gelada.
Tríplice Fronteira
No quarto dia nos separamos do grupo, pois nossa expedição era de 7 dias enquanto o grupo iria fazer em 8. Caminhamos cerca de 30 minutos para um mirante onde era possível ver a imensidão das montanhas. Depois fomos para o ponto tríplice, local onde está a divisa da Venezuela, Brasil e Guiana.
Bem próximo, é possível conhecer conhecer o Vale dos Cristais. Local coberto de cristais por todos os lados. Lembre-se que é proibido leva-los embora, mesmo que seja a menor pedrinha (há revista minuciosa). Como se não bastasse tanta beleza, nosso almoço foi no El Fosso. Um cenote, também de água gélida, lindo! Sem palavras para descreve-lo.
Quinto dia reservamos para conhecer o ponto culminante do Monte Roraima, a Pedra Maverick. Seu nome é pela semelhança com o formato do carro. No topo dos seus 2810m de altitude conseguimos ver toda a trilha que percorremos até chegar alí, além da majestosa vista do Kukenan.
Tempinho sobrando e ainda conhecemos La Ventana. Uma pedra que é possível ficar bemmmm na pontinha. Cuidado quem tiver vertigem de altura.
Monte Roraima é difícil?
Sexto dia! Hora de arrumar as mochilas e partir. Saímos do “hotel San Francisco” e fomos diretamente para o acampamento Tek. Uma longa trilha que nos deixou bastante cansados. Banho de rio e cama!
Nosso sétimo dia, foi a chegada ao ponto de início em Paraitepuy. Novamente uma trecho mais tranquilo, porém com sol bastante forte. Na chegada um cafezinho com uma moradora da comunidade e a revista das mochilas. Sim! não se pode voltar com NADA de lá.
No geral a trilha é fácil, com bastante exposição ao sol e uma subida íngreme no terceiro dia. A grande questão para o trilheiros é o peso da mochila e as bolhas nos pés.
A montanha tem um microclima bem peculiar, podendo chover e molhar tudo em 1 minuto e logo depois abrir um sol forte. Então preparem-se para isso levando capa ou casaco impermeável.
Qualquer dúvida podem me chamar no instagram! @pepefiamoncini