Abrolhos mergulho com as Baleias Jubartes

Plena terça feira, 10 horas da manhã, sentado na mesa do escritório com dezenas de planilhas abertas. Eis que surge um e-mail da empresa Master Dive, nossa parceira, com o seguinte título:  “Venha mergulhar com as Baleias Jubartes em Abrolhos

Pronto! Sementinha lançada, plantada e enraizada! Foi só o tempo de soltar o tradicional: “- Vamos viajar?” para escutar a já esperada resposta: -“VAMOS!”  e começar a planejar mais essa aventura. Começamos a nos preparar para a viagem que iria durar 3 dias em alto mar, juntinho das baleias. E que agora vamos contar para vocês tin tin por tin tin como foi essa emocionante aventura!

Abrolhos

Abrolhos

O arquipélago de Abrolhos, localizado a 75 km do continente, é conhecido como o local onde as baleias Jubartes se encontram para se reproduzir entre os meses de julho a novembro. Elas saem das águas frias da Antártica para migrarem em direção à costa brasileira.

Como chegar em Abrolhos

A aventura começa já na ida para a pequena cidade de Caravelas, na costa baiana. Para chegar até lá, é necessário voar para o aeroporto mais próximo, que fica na cidade de Teixeira de Freitas, há 90 km de distância. Fazendo jus ao tamanho do aeroporto, a única companhia aérea que trafega por lá é a Azul, e em aeronaves de hélices. Para os menos corajosos, a outra opção mais segura é o aeroporto de Porto Seguro à 260 km de distância.

Chegamos em Teixeira de Freitas na quinta feira a tarde e pegamos o ônibus que passa na frente do aeroporto para a cidade de Caravelas. É bom conferir os horários pois em cidade pequena nada é muito certo. Nosso ônibus demorou a chegar e tivemos que ligar na rodoviária para ter certeza que ele viria. Custou R$ 18,75 e demorou mais 3 horas para chegar ao nosso destino, naquele pinga-pinga de cidade em cidade.

DICA DE OURO: se juntar com mais 3 ou 4 pessoas dá para fechar um valor camarada com os taxistas do aeroporto. Sem precisar chorar muito, dá para chegar a R$ 120,00 na viagem e demorar 1h30 no máximo até Abrolhos.  ; )

Arquipelago de abrolhos

Caravelas não tem muitas opções de hospedagem e nós dormimos na pousada Encanto de Abrolhos nessa noite. Outra DICA DE OURO para essa viagem: como os passeios saem muito cedo, os horários de vôo são ingratos e os kms de quem vai de carro ou ônibus são muitos. Além disso tem as 24hrs de intervalo entre o último mergulho e o próximo vôo, por isso não tem como fazer essa viagem sem contar com um dia da ida e o dia da volta incluídos na viagem. Então reserve pelo menos 5 dias para essa aventura (3 dias embarcado mais 1 antes e 1 depois) 😉

mergulho em abrolhos

Depois de uma noite de ansiedade e muitos pernilongos (não esqueçam o repelente por nada!!), sexta feira, 6 da manhã já estávamos prontos para pegar o catamarã junto com os outros 23 mergulhadores que embarcaram com a gente nessa aventura. Barco enorme, com diversas cabines e no comando de toda operação, estava a Abrolhos Embarcações.

Baleias Jubartes

A navegação para Abrolhos dura cerca de 4 horas para percorrer os 70 km de mar aberto até o arquipélago. E o show começa logo de cara: esguichos de gotículas de água mostram a localização das Baleias Jubartes por todos os lados. Pelo caminho, a empolgação toma conta da galera que fica a espreita para avistar uma nova aparição e gritar “BALEEEEEEEIA”.

No caminho todo avistamos dezenas de baleias, que localizávamos pelos “espirros das costas”, pelos saltos ornamentais ou pela barbatana, que pode chegar a 1/3 do seu tamanho total. Todas as baleias que víamos, era uma empolgação contagiante, multiplicada por 10 quando elas saltavam para fora d’água, e multiplicada por 100 quando chegavam perto do barco. Emoção sem fim antes mesmo de chegar em Abrolhos.

mergulho com baleias jubartes

Simm!!!! Elas passam raspando no barco, mas logo se assustam com o barulho do motor e os pequenos gritos de excitação e desaparecem no mar, nos deixando com aquele brilho mágico nos olhos, iguais criancinhas assistindo um espetáculo pela primeira vez.

Chegando no arquipélago de Abrolhos, almoçamos e fomos fazer nosso primeiro mergulho do dia – dos nove programados. Águas claras, quentes e cheia de vida. Logo mudamos de local e mergulhamos novamente. No fim do dia, caímos na água de novo para mais um noturno. Assim mesmo: o ritmo é frenético para aproveitar cada segundo. Do jeito que a gente gosta.

Nossa embarcação era super bem equipada e ainda contava com um Master Chef que cozinhava o tempo todo preparando todas as refeições para a tropa, e muito bem, diga-se de passagem.

Naufrágio Rosalina

No segundo dia acordamos com o céu cheio de nuvens e vento. Esperamos o sol ficar mais a pino para começarmos nossos mergulhos do dia.  Logo de cara fizemos o primeiro naufrágio: Rosalina. Um navio cargueiro que transportava cimento e cerveja, em 1955 e foi dinamitado após encalhar. Para nossa alegria ele está super bem conservado e pudemos até brindar com as cervejas que encontramos por lá!

live on board abrolhos

Após o mergulho ficamos reféns do tempo que nos proporcionou apenas a visita à ilha de Santa Bárbara de Abrolhos. Por se tratar de uma base militar, é expressamente proibido o desembarque na ilha. Apenas com autorização do II Distrito Naval localizado em Salvador é possível visitar essa ilhota que é a única do Arquipélago que possui alguma infraestrutura com umas 5 casas para os militares e o farol (quem fechar o passeio já está inclusa a autorização).

Curiosidades: O farol de Abrolhos foi inaugurado em 1861 e seu alcance pode chegar a 95 km de distancia (o segundo mais distante do mundo), porém pela rotação da terra só é possível avista-lo à 35 km.

Ainda fomos para a água para outro mergulho noturno !!! Peixe morcego, badejos, tartarugas e alguns outros fizeram a nossa felicidade. Felizes e de barriga cheia, fomos dormir para nosso terceiro dia de mergulho.

ilha siriba arquipélago

Último dia embarcado, programamos um mergulho matutino para quando voltar começar a arrumar as malas. Não sabíamos que além do mergulho iríamos desembarcar na segunda ilha passível de visitação: a Ilha Siriba. Ela faz parte do Parque Ecológico protegido pelo ICMBIO e só é possível o seu trajeto com os pesquisadores do parque. Na ilha que não deve ter mais que um campo de futebol de área, só é possível caminhar sobre a trilha demarcada, sem nem pensar em pisar na grama da ilha, ou subir nas encostas e pedras para tirar fotos. As habitantes da ilha, as aves Atobás, montam seus ninhos por todos os lados, e é possível chegar bemmm pertinho delas. Elas são super tranquilas e mal ligam para a presença dos aventureiros que estão na ilha.

live on board abrolhos

Seguimos de volta à espreita para avistar novas baleias. E não é que achamos!? Estávamos dando uma cochilada quando sentimos o barco desacelerar – movimento típico de quando temos baleias perto. Demos um pulo da cama carregando a Nikon e corremos para o convés. Nos juntamos aos outros mergulhadores para assistir o espetáculo que estava por terminar: uma jubarte enorme com seu filhote saltitante nos presentou com sua proximidade.  Além de lindo, foi impressionante: parecia que eles estavam se despedindo de nós, percebendo nossa presença, deixando o grand finale cheio de saltos, muito melhor do que imaginávamos que ia ser.

DICAS: os barcos estilos catamarãs são mais estáveis a que os de 1 casco, pois dividem o contato da água em 2 pontos. Porém, não deixem de levar remédios para enjoo!

Não tirem nada do mar, se não fotos.

Não deixem nada no mar, se não recordações.

Não levem nada do mar, se não sentimento.

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